
Legal Ops e IA: por que o foco em pessoas é o maior ROI da transformação jurídica
Na curadoria de conteúdo que fizemos durante a Fenalaw, descobrimos que a grande oportunidade do momento é focar no desenvolvimento humano. Entenda quais são as 3 habilidades estratégicas essenciais para profissionais do jurídico na era da automação.

A corrida por automação e eficiência no mercado jurídico tem levado escritórios e departamentos a um frenesi de investimentos em softwares e soluções de ponta. Mas a verdadeira pergunta que os líderes devem se fazer é: o jurídico está comprando apenas tecnologia ou está investindo nas pessoas que a farão funcionar?
O consenso entre executivos e estrategistas na Fenalaw 2025 foi claro: a Inteligência Artificial (IA) generativa não substitui a experiência humana. Na verdade, ela amplifica a necessidade de um conjunto de habilidades estratégicas que, historicamente, são negligenciadas na formação jurídica. O debate não é mais sobre se a IA será adotada, mas se o profissional está preparado para utilizá-la como um superpoder.
A Fenalaw 2025 reuniu C-Levels de organizações como Itaú, Nubank, PepsiCo, Kenvue e BIC para discutir o que os líderes corporativos esperam de seus parceiros. A mensagem foi uníssona: Legal Operations (Legal Ops) é, hoje, uma exigência do mercado, e não uma tendência.
Na curadoria de conteúdo que fizemos durante o evento, descobrimos que a grande oportunidade do momento é focar no desenvolvimento humano, garantindo que o tempo liberado pela automação seja direcionado para atividades de alto valor e influência.
O mito da tecnologia: Legal Ops é um debate de pessoas
Por muito tempo, a inovação no jurídico foi vista como a aquisição da última ferramenta mágica. No entanto, líderes como Dayene Brugiolo (gerente de vendas Thomson Reuters) e Giovanna Soares (CEO ÉOS) destacaram que a subutilização da tecnologia já contratada é um custo invisível significativo. Giovanna, inclusive, relatou um caso em que um escritório já pagava por módulos avançados de Workflow e Analytics sem utilizá-los.
A CEO da ÉOS explicou ainda que o Legal Ops vai muito além do software. Segundo ela, enquanto a Controladoria Jurídica é "coração" do escritório, essencial para eliminar custos invisíveis como retrabalho e prazos perdidos, o Legal Ops é o "sistema circulatório", com um escopo amplo que integra finanças, tecnologia, gestão de fornecedores e marketing.
A verdade é que a IA, por mais sofisticada que seja, continua sendo um assistente. Os exemplos apresentados por Alexandre Miorin (General Counsel PepsiCo) e Giulliana Canesin (Legal Operations Specialist Nubank) reforçaram que a revisão e a curadoria dos advogados internos são sempre necessárias para garantir a qualidade e a rastreabilidade dos argumentos.
Portanto, o desafio principal de Legal Ops é humano e estratégico. O risco não é ser substituído pela IA, mas sim ser superado pelos colegas que souberem utilizá-la.
As 3 habilidades estratégicas essenciais para profissionais do jurídico
O consenso entre líderes de grandes corporações e especialistas em tecnologia jurídica na Fenalaw 2025 foi que os diferenciais humanos, como discernimento, julgamento ético e a capacidade de fazer as perguntas certas, jamais serão totalmente automatizados.
Para que o jurídico se posicione como um Centro de Valor e aproveite ao máximo o tempo liberado pela automação, o foco deve estar no domínio destas três habilidades estratégicas, identificadas em nossa curadoria:
1. Protagonismo intencional (High Agency)
O conceito de High Agency foi a competência mais apontada como crucial para o profissional jurídico moderno. Vai além da proatividade, exigindo intencionalidade, energia e curiosidade para criar oportunidades.
Líderes de diversas organizações confirmaram que o objetivo da automação é liberar o tempo para que o profissional possa influenciar o negócio e atuar em um patamar mais estratégico.
O especialista Gabriel Mineiro (Founder e CEO Linte) definiu essa competência de forma contundente:
"High Agency é a habilidade mais importante. Envolve protagonismo, intencionalidade, energia e capacidade de resolver problemas de forma autônoma, além de criar oportunidades, separando quem resolve de quem espera".
Por que a IA não substitui? A IA é uma força de trabalho digital; já o protagonismo e a capacidade de criar oportunidades e agir de forma autônoma (tomando decisões de negócio) são inerentes ao discernimento humano.
2. Influência estratégica e foco em ROI
As líderes do Itaú, Érika Bruno Branquinho (Superintendente do Jurídico) e Lívia Sarmento Campos (Superintendente de Dados do Jurídico), destacaram que o jurídico precisa aprender a se comunicar na linguagem do negócio. Isso significa entregar um resumo executivo claro que apresente opções, prós e contras. Para conquistar budget para tecnologia, o jurídico precisa fundamentar as demandas com dados, métricas e ROI (Retorno sobre Investimento).
Por que a IA não substitui? As líderes reforçaram que a IA generativa não substitui a experiência, pois a "sabedoria de fazer boas perguntas vem com a experiência" dos profissionais mais sêniores, que conseguem direcionar o modelo para o core da questão.
3. Criatividade e leitura do comportamento humano
O diferencial competitivo será o que o humano faz de melhor: a leitura de comportamento e a criatividade. A IA generativa é um modelo estatístico e, embora seja excelente em processar dados não estruturados (textos, áudios, vídeos), ela não possui discernimento ético ou a capacidade de interpretar as entrelinhas.
A criatividade é crucial para o Legal Ops. Heloísa Valente (Gerente de Departamento Jurídico Caju) exemplificou como a aplicação de Legal Design e User Experience para simplificar processos internos reduziu em 75% os chamados de Atendimento e diminuiu o tempo de negociação.
Por que a IA não substitui? Ronaldo Lemos (colunista da Folha e fundador do ITS Rio) alertou que a principal característica para o advogado usar a IA é a prudência, pois a tecnologia pode "alucinar" (trazer jurisprudência falsa, por exemplo), e somente a curadoria avançada do advogado pode mitigar o risco de reputação.
Paula Cardoso (Co-founder Plain Legal) sugeriu que, diante do foco na IA, devemos investir mais tempo em entender o comportamento humano.
“Todo mundo fala de IA, de liderança com IA, de ferramentas e do que vamos utilizar. Eu diria: para cada uma hora investida em entender IA, deveríamos investir uma hora e meia em comportamento humano.”
Conecte a automação à estratégia humana
O mercado jurídico é, historicamente, "muito ruim em gerenciar o contrato depois da assinatura", resultando na perda de informações e oportunidades, como comentou Heitor Miranda (Sr. Legal Counsel LATAM Docusign).
É aqui que as soluções CLM (Gestão do ciclo de vida de contratos) e IAM (Intelligent Agreement Management) da Docusign geram valor.
Heitor Miranda e Silvia Mundim (Diretora Jurídica Milky Moo) apresentaram o caso da Milky Moo, que migrou de controles manuais, com planilhas de Excel, para a gestão centralizada no repositório Navigator. Essa transição resultou em ganhos de previsibilidade e agilidade na tomada de decisão, além de economia de um dia de trabalho por semana, que antes Silvia usava para armazenar e organizar contratos manualmente.
Já Juliana Furholz (Account Executive para IA e CLM Docusign) e Ticiane Andrade (Executiva Jurídica IGA) apresentaram o case do IGA. O uso de CLM da Docusign, integrado à IA implementada pela executiva jurídica, liberou o advogado consultivo das tarefas repetitivas de baixo valor, que consumiam cerca de 80% do tempo, permitindo que ele se concentre nos casos complexos e nas negociações estratégicas.
Para Ticiane, essa tecnologia é um game changer, possibilitando a triagem inteligente de contratos em 50 segundos (o que antes levava de 3 a 4 horas), acelerando o ciclo de vendas.
Nos dois casos, a automação liberou a equipe jurídica do operacional para focar no estratégico. E o momento atual pede justamente sair da experimentação e entrar na entrega efetiva de valor com a IA. A pergunta que fica é: sua operação jurídica já está pronta para dar este salto?
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